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Livro, uma companhia no distanciamento

  • Elton Charles Pereira
  • 10 de jul. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 18 de jul. de 2020


Trilha sonora: Admirável chip novo – Pitty

A música Admirável chip novo, da rockeira baiana Pitty, faz referência ao livro Admirável mundo novo (1932), do romancista britânico Aldous Huxley.

Quem se lembra do primeiro livro que leu em sua vida? É uma pergunta difícil de ser respondida, já que a maioria das pessoas teve seu primeiro contato com a literatura ainda na infância. Mas se eu perguntar sobre a última obra lida ou a mais marcante e lhe pedir para falar sobre ela, certamente haverá um relato.

Ler melhora capacidade de interpretação, enriquece o vocabulário, facilita o aprendizado gramatical e produz inúmeros benefícios à imaginação. Por meio da leitura, novos espaços são visitados pela mente, aumentando o conhecimento.


“A leitura é, provavelmente, uma outra maneira de estar em um lugar.” – José Saramago


Há diversos relatos de leitores de que os livros têm sido uma bela companhia durante a pandemia e, ainda, uma forma de ocupar o tempo ocioso, já que outras atividades artísticas e culturais estão suspensas para evitar a aglomeração de pessoas.


Mas porque incentivar o hábito da leitura é necessário?


De acordo com dados da 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura¹, a média de leitura do brasileiro é de 2,43 livros por ano, se forem consideradas as obras lidas até o fim. O levantamento é feito pelo Instituto Pró-Livro, que acompanha o comportamento do leitor brasileiro desde 2001. A última edição foi divulgada em 2016.

De acordo com a pesquisa, a falta de tempo é o principal motivo alegado para não ler. Outra razão é a dificuldade de compreensão, relatada por 60% dos brasileiros ouvidos pela Retratos da Leitura.

Ainda segundo o levantamento do Instituto Pró-Livro, tanto leitores como não leitores brasileiros preferem utilizar a internet em seu tempo livre – o advento das redes sociais nos últimos anos contribui para essa forma de ocupação.


Como então promover a leitura?


Uma alternativa para estimular o hábito de ler são os clubes de leitura ou clubes do livro. Por meio desses grupos, pessoas com interesses literários em comum se reúnem para debater sobre um livro. Os clubes tiveram origem no século 18, quando grupos puritanos americanos se reuniam para estudar a Bíblia – o livro mais vendido do mundo.

As leituras coletivas apontam novas direções – o leitor, que antes sozinho passava pelo processo imaginativo ligado à compreensão, análise e interpretação, agora se depara com outras perspectivas sobre o mesmo conteúdo. O seu entendimento sobre a obra literária é enriquecido ao passo que se compartilham esses pontos de vista.

Além disso, o participante do clube assume um compromisso com os demais integrantes do grupo e diminui o risco de abandonar um livro antes de conclui-lo.

Clubes do livro também proporcionam a democratização do acesso à literatura. Os integrantes podem trocar livros entre si ou promover o compartilhamento dos livros – sejam eles físicos ou e-books – para que todos tenham a oportunidade de ler e ter o livro que é alvo dos debates.

Se a experiência da leitura é rica quando praticada individualmente, sem dúvidas enriquece ainda mais quando compartilhada, além de aguçar a criticidade e capacidade analítica do leitor.

Com a pandemia, as reuniões virtuais têm sido uma opção às presenciais. Mas também há clubes de leitura cujos encontros ocorrem apenas em ambiente online.

Além dos clubes, há trocas de experiências de leitores por meio de redes sociais destinadas exclusivamente à literatura, como a Skoob, que além da possibilidade de leitura, postagens de resenhas e criação de uma estante virtual, também promove trocas de livros entre usuários.

Outro meio de promover a leitura são os saraus, feiras e festivais literários. Dois dos maiores eventos brasileiros do gênero são a Bienal Internacional do Livro no Rio e a Festa Literária Internacional de Parati (FLIP). Na região, o Festival Literário de Londrina (Londrix) é realizado anualmente.

Editoras oferecem clubes de assinatura, mas vale lembrar que uma infinidade de e-books está disponível na internet para download gratuito. No entanto, nada se compara a boa e ‘velha’ visita à biblioteca. Rolândia tem um sistema de bibliotecas públicas formado por quatro unidades, em regiões distintas da cidade – no centro, no Conjunto San Fernando, no Conjunto Domingos Neves e no distrito Nossa Senhora Aparecida (Bartira).

Segundo informações publicadas no site da prefeitura em março de 2019, o acervo municipal passa de 60 mil livros. O empréstimo nas bibliotecas é feito mediante cadastro gratuito do leitor, que pode retirar livros, revistas, gibis, além de material audiovisual.

No entanto, desde o início da pandemia mundial por conta do novo coronavírus as bibliotecas estão fechadas. Vamos torcer para que em breve tenhamos novamente a oportunidade de frequentar esses espaços e compartilhar livros e experiências.


Uma provocação, sempre é bom provocar


Você aí, toparia participar de um clube de leitura, genuinamente rolandiense, com um conceito de apropriação dos espaços públicos, ou seja, atividades com reuniões mensais em espaços ao ar livre?

Você já participou de algum clube de leitura? Conte-nos como foi essa experiência.



Por Daiane Valentin, jornalista graças aos livros que despertaram sua vontade de entender o mundo.

Colaboração, Elton Charles Pereira.

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