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Rolândia, Capital verde do ciclismo

  • Elton Charles Pereira
  • 18 de jul. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 19 de jul. de 2020

ROLÂNDIA, CAPITAL VERDE DO CICLISMO


“A sugestão do título: ROLÂNDIA, CAPITAL VERDE DO CICLISMO surgiu a partir da ExpoLondrina 2019 em conversas com milhares de pessoas que passaram durante 10 dias pelo nosso stand turístico, apresentando o perfil ciclístico privilegiado de Rolândia... A ideia deste título (que não tem pai, nem mãe, tio ou vó...) está no ar... Não vamos deixá-la escapar!” - Daniel Steidle, educador ambiental.


Vamos falar um pouquinho de Rolândia, e o que está nas entrelinhas de cada movimento urbano ou rural - ou o que está em cada quilômetro pedalado sobre uma bicicleta, seja para ir ao trabalho na indústria ou no escritório, seja para passear ou praticar esporte - do enorme potencial para o desenvolvimento do modal mais sustentável que existe, quando se trata da mobilidade urbana, o cicloviário.


Porcentagem do uso de modais no município de Rolândia.

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A mobilidade ciclística atualmente em Rolândia


Rolândia está servida hoje com 7 quilômetros em uma única ciclovia que fraciona a cidade em norte e sul, ligando duas extremidades, leste e oeste. O uso a que era destinada na época de sua construção, na década de 2000, era unicamente para deslocamento de trabalhadores, logo que nos dois extremos conectados pela ‘ciclovia do trabalhador’ há parques industriais e zonas residenciais.

A partir de levantamentos, referências e estatísticas, bem como da expansão urbana e o uso contínuo de bicicleta pela população para deslocamentos nos mais variados aspectos (PLANMOB, 2017) constata-se que 19,6 % das locomoções urbanas rolandienses são realizadas em bicicletas. O município de Rolândia conta também com ciclistas esportistas que organizam duas rotas conhecidas regionalmente: o Passeio Ciclístico Caminhos de São José e a Volta do Alemão, eventos anuais com a participação de cerca de quatrocentas pessoas em ambas (COMTUR, 2017).


A ciclovia do trabalhador vem passando por uma manutenção, no entanto, é muito claro que a estrutura está aquém das necessidades e da demanda. Importante salientarmos que a construção de uma trincheira rompeu a linearidade da estrutura, ou seja, a única via exclusiva para as bicicletas no nosso município perdeu 'qualidade' e tornou-se mais insegura. Ficando evidente o conflito e a falta de planejamento urbano no que tange a ocupação dos espaços viários e a mobilidade urbana.


As justificativas


O primeiro aspecto e um dos mais importantes a iniciar as justificativas da pré-disposição ciclística é a topografia regular de parte significativa da malha urbana de Rolândia, portanto, ponto circunstancial para o pleno desenvolvimento da concepção enquanto estrutura física. Dado a conjuntura das usualidades existentes como, por exemplo, o uso diário para a realização das diversidades de afazeres corriqueiros, através do uso de bicicleta - por opção ou necessidade - e também como para as práticas esportivas e de lazer que tem um desenvolvimento existente a nível regional, presumindo, portanto, o uso de ruas, avenidas, rodovias e estradas rurais. Uma estrutura física adequada viria a acalentar a evolução de uma cultura ciclística já existente. Também viria a proporcionar e potencializar o uso deste modal como meio para novos conceitos de logística turística, como um turismo de experiência, dado o contato direto com o espaço e edificações da cidade (a bicicleta nos aproxima das coisas e das pessoas). Paralelamente, abriria espaços para propor rotas culturais alternativas nos mais variados segmentos com potencial em nossa cidade (gastronômico, turismo rural, etc,.) e intervenções pontuais em locais distintos, como praças, bosques e canteiros inutilizados. Por fim, os usuários das magrelas necessitam de mais que uma ciclofaixa, necessita de pontos de apoios, para encher um pneu, tomar uma água, descansar, conversar e encontrar outras pessoas.

A estrutura viária das cidades tem uma multiplicidade de modais que competem entre si. O uso e a ocupação de um elemento que não se caracteriza pela pluralidade (diversidade), ou seja as ruas, portanto, a necessidade de uma estrutura cicloviária (ciclo-faixas, ciclo-rotas, ciclovias,.) torna-se imprescindível para reafirmar o direito a cidade¹ (LEFEVBRE, 2012). O uso de bicicletas traz novas formas de percepção das cidades, além da interação direta com os sentidos físicos inerentes aos seres humanos - elementos que propiciam um ganho qualitativo de vida nos mais variados aspectos² (GEHL, 2010).


Sustentabilidade


De forma categórica e já comprovada, os veículos automotores movidos a derivados de petróleo ou a combustão são responsáveis por 75% das emissões de CO² (dióxido de carbono) e outros gases na atmosfera. Os dados são dos inventários de emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) dos anos 2012 e 2013, durante reunião do fórum Curitiba de mudanças climáticas. Sendo assim, todas as medidas voltadas para o uso de veículos não motorizados e diante da conjuntura local devem ser analisadas com os devidos respaldos.


Conflitos no trânsito


A falta ou a inexistência de definições ou delimitações espaciais físicas nas vias de maiores tráfegos, geram ocasionalmente conflitos que terminam de formas trágicas em acidentes, um pretexto convincente para que os poderes públicos busquem políticas públicas de inclusão e de direito a uma ocupação homogênea das vias de transportes urbanas e rurais. Esses conflitos consequentemente têm refletido nos gastos com saúde pública.


E as políticas públicas?


Políticas públicas funcionam quando a 'política' pura sai de campo.

É preciso dar luz às vocações, então as possibilidades de um desenvolvimento horizontal e pleno em todas ás áreas tornará-se possível.


Traremos mais assuntos interessantes sobre o quão grandes são as perspectivas de uma Rolândia, Capital verde do ciclismo.


Por Elton Charles Pereira, mestre de obras, arquiteto e urbanista.

1 – LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. Tradução Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Centauro, 2001. Título origina: Le Droit à La Ville.


2 - GEHL, Jan. Cidades para pessoas. Tradução de Anita Di Marco. São Paulo: Editora Perspectiva AS, 2013. 262 p. Tradução de: Cities for people.


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