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VIRALATISMO

  • Elton Charles Pereira
  • 14 de mar. de 2021
  • 2 min de leitura

Artigo publicado no dia 11 de Março na coluna Opinião do Jornal de Rolândia impresso.


Expressão criada pelo dramaturgo, cronista e jornalista esportivo Nelson Rodrigues, quando o Brasil sofreu o “maracanaço” perdendo a Copa do Mundo de 1950 no Maracanã para o Uruguai, e continuou a perder como que se tivesse medo de se impor perante os adversários - especialmente a Argentina. Significa, em amplo sentido, que o brasileiro é um ser com baixa autoestima, que treme nas competições, que está sempre depreciando a cultura, a economia, a inteligência e a moral nacional.


Onde essa expressão se relaciona a esse momento de exceção e tragédia sanitária global que assola também nosso país? Com maior força neste início de ano. A pandemia do covid19 teve início no Brasil no dia 16 de fevereiro de 2020, desde lá sofremos em duas frentes, as milhares de mortes e os decretos restritivos colocados em vigência, para assegurar que a estrutura de saúde não entrasse em colapso, por outro lado afetou a economia, e acentuou ainda mais as desigualdades socioeconômicas.


Logo após o início da pandemia os laboratórios e universidades mais conceituadas do mundo começaram a busca pelo imunizante.


Três vacinas aprovadas até o momento para uso no Brasil têm origem estrangeira. O imunizante mais recente a conseguir um sinal verde foi produzido pela americana PFIZER em parceria com a Alemã BioNTech. As outras duas são a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, e o imunizante da AstraZeneca, produzido pela Universidade de Oxford. Ambas estão sendo utilizadas em uso emergencial autorizado pela Anvisa e em parceria com entidades brasileiras.


Onde quero chegar dando a esse texto tal título? Em solo Tupiniquim há 16 vacinas em fase de testes, todos os estudos realizados até aqui tiveram início, assim como outras vacinas (internacionais) que já em uso, no início da pandemia global, ou seja, a largada foi dada e tão logo se iniciou o processo de busca pelo antídoto no Brasil.


Por que ainda não temos uma vacina cem por cento nacional? E paradoxalmente temos no governo federal hoje, mais do que ontem, segundo os próprios, um governo nacionalista e patriota.


Se não é negacionismo, o que é?


Hoje precisamos cobrar por vacinas. Ontem poderíamos ter cobrado muito mais por educação, tecnologia e cultura, poderíamos hoje estar um passo à frente de nós mesmos.


Mas no Brasil é assim (perdoem-me o viralatismo).



Por Elton Charles Pereira, mestre de obras, arquiteto urbanista e ambientalista.

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